Quem educa as crianças? Os pais ou a escola? Ou ainda: educa-se uma criança? Muito bem, as perguntas estão postas na mesa. Apesar de não haver uma resposta definitiva, mas uma variedade de opiniões a esse respeito, uma coisa é certa: é preciso haver engajamento entre as diferentes esferas – escola e família. É desejo de ambas auxiliar na construção de um sujeito pleno.
A partir dessa afirmação, que, calculo, não traz controvérsias, um campo de estudo vem ganhando destaque na educação do século XXI: a inteligência emocional e social. A tendência é que a área aumente sua presença nas escolas e de quebra engaje os pais no movimento.
Ganhando cada vez mais adeptos pelo mundo, as competências emocionais e sociais, também conhecidas como socioemocionais, vêm fazendo uma revolução nas escolas e nos lares. E para mostrar por que essas competências estão tão em alta, três motivos (pelo menos) merecem destaque.
3 motivos para as Competências Socioemocionais estarem em alta
1. Elas melhoram o desempenho acadêmico
A aprendizagem socioemocional (ou SEL, de Social-Emotional Learning), não prega o fim do ensino de matérias essenciais, como matemática, português, história, ciências, etc.
O que os pesquisadores envolvidos com a área apontam, é que o aprendizado de tais matérias é alavancado quando a criança tem suas habilidades socioemocionais desenvolvidas. Os seja, as competências socioemocionais influenciam as competências cognitivas, e o desempenho acadêmico melhora.
2. Elas desenvolvem as soft skills
Competências socioemocionais estão diretamente ligadas às soft skills, habilidades relacionadas à interação, comunicação, assertividade, criatividade e ao trabalho em equipe.
Cada vez mais requisitadas no mundo contemporâneo e no mercado de trabalho, a valorização das soft skills avisa que o mundo precisa de pessoas criativas, positivas, com iniciativa e que demonstrem empatia, uma indicação clara de que precisamos de pessoas mais “humanas”, com o perdão da redundância.
3. Elas mudam a relação com a escola
No século 21, as escolas não podem mais ser um lugar unicamente de transmissão de conteúdo. Elas precisam inspirar seus alunos. Os professores (e também os pais), precisam ser mediadores, articuladores do conhecimento. Isso pode ser feito, por exemplo:
- Relacionando a matéria estudada ao dia a dia de cada um;
- Proporcionando o debate e a reflexão sobre o que está sendo ensinado;
- Ajudando os alunos a descobrirem como eles aprendem melhor;
- Incentivando-os a observar quais são suas dificuldades na escola e o que os faz desistir de estudar;
- Motivando a pesquisa;
- Motivando a interação e o trabalho em grupo;
- Escutando a criança. 🙂
O mais importante de tudo isso talvez seja mostrar que o aprendizado (e as matérias escolares) são parte da vida, e não algo separado, em que a escola é uma coisa e a vida outra.
O desenvolvimento da inteligência emocional e social dá um novo sentido à experiência escolar – e vamos combinar que estamos precisando muito de um novo sentido.
Ajudar as crianças e os adolescentes a viverem o presente com mais qualidade e a se tornarem adultos felizes e realizados, cidadãos conscientes, integrados à sociedade e que, digamos, tem as rédeas sobre a própria vida, é papel dos pais sim, mas a escola pode e deve contribuir.
Nesse sentido, o desenvolvimento das competências emocionais e sociais pode estar presente em ambos os espaços.
Quer fazer parte desse movimento? Então dê uma olhadinha no livro Tenho monstros na barriga, baseado na teoria da Inteligência Emocional. Ele ajuda as crianças a se conectarem com seus sentimentos e a desenvolverem suas habilidades socioemocionais à medida que o que elas sentem vai sendo nomeado, compreendido e compartilhado!