Ainda enfrentamos um momento em grande parte assustador em nossas vidas, com muita incerteza e a necessidade de nos adaptarmos rapidamente para acomodar nosso trabalho e horários pessoais e nos mantermos sãos e salvos. E se você achou que fosse passar rápido, já estamos há quase um ano vivendo essa pandemia. E cansa, não é?
Ufa! As linhas que separam o lado pessoal e profissional estão cada vez mais tênues. Talvez elas nem existam… Estamos questionando o que é normal agora. E o que seria então o tal do “novo normal”? Até a nossa noção de normalidade está sendo redefinida. E isso é uma grande oportunidade para um momento transformador, de imenso aprendizado.
A necessidade de conexão não atendida que estamos enfrentando agora aponta com clareza nossa necessidade de nutrir os relacionamentos. Esses estão também sendo ressignificados e repriorizados nesse momento. Como seres humanos, somos seres sociais. Nossos cérebros foram projetados para termos conexões sociais que são fundamentais para a nossa felicidade. Essa necessidade de se conectar com outras pessoas torna esse momento especialmente difícil para muitos de nós. Não só porque nos sentimos estressados com a incerteza, com a solidão, mas também porque sentimos os sentimentos dos outros.
Estamos vendo pessoas próximas a nós sofrendo com o vírus ou com as consequências de uma pandemia. Estamos vendo nossos amigos hospitalizados ou perdemos parentes. Estamos vendo nossos colegas perderem seus empregos e a esperança. Estamos vendo profissionais de saúde lutando em todo o mundo e tendo seus rostos arranhados por uma hora sob uma máscara. Estamos vendo professores se adaptando e fazendo o melhor para manter seus alunos envolvidos e aprendendo online. Estamos vendo líderes sem liderança. Podemos sentir as lutas e o cansaço das enfermeiras, que por mais que não estejam nas capas de revistas mais, ainda estão trabalhando diariamente. Sofremos quando um amigo morre de coronavírus. Entendemos que é um parente que precisa continuar trabalhando e não pode ficar em casa porque isso significa não ter dinheiro. Temos mais empatia quando sentimos o que os outros sentem.
É inegável que o coronavírus chegou para nos ensinar muitas coisas. Em todos os níveis, individual, coletivo, como empregados e como empregadores, como pais, mães, filhos, vizinhos. Como seres humanos. Com cada um que converso por vídeo, escuto diferentes formas de aprendizado e significado que o COVID-19 trouxe para a vida de cada um. De repente, nos conectamos com desconhecidos e sentimos empatia por tantas pessoas ao redor do mundo.
Mas essa pandemia traz uma crise que não é sobre empatia. Mais do que sentir o que o outro sente, estamos vendo ações sendo tomadas. Estamos vendo empatia com ação. E isso se chama compaixão. Empatia é sentir o que outra pessoa sente. Compaixão é a empatia em ação. Compaixão é ver o mundo de uma pessoa através de suas lentes, você entende como ela se sente e então você faz algo a respeito.
Agora você está experimentando o que eles estão experimentando. A resposta compassiva é reconhecer que eles estão sofrendo, que estão sufocando. Talvez isso tenha acontecido com você em algum momento, e para realmente fazer tudo ao seu alcance para aliviar esse sofrimento, para tirar a pedra do peito deles. E essa é uma diferença realmente fundamental que o coronavírus está nos ensinando. Ouvimos sobre a importância de ser empático, e a empatia é certamente um bloco de construção fundamental para a compaixão, reconhecendo o que outra pessoa está sentindo, mas você quer ser capaz de manter esse espaço para que você pode realmente fazer algo a respeito. E é isso que está acontecendo agora.
Obrigada a cada um que pode fazer alguma coisa por outra pessoa. Obrigada por aquela ligação, e-mail ou telefonema somente para saber se está tudo bem. Obrigada por alguém que não demitiu um funcionário. Obrigada por ter podido continuar pagando a academia da esquina para não prejudicar o empreendedor. Obrigada pelo carinho demonstrado e pela flor enviada. Obrigada pelo dinheiro que você deu a quem precisa. Obrigada por receber na sua casa um familiar ou amigo que precisava. Obrigada por pensar no outro, sentir o outro e agir. O mundo precisa mesmo disso.